terça-feira, 31 de agosto de 2010

iii

Estou instrumentalizando essa escrita para ver se depois dela faço alguma coisa. Agora quero que se foda qualquer pretensão literária.

-Você acabou de confessar que antes tinha pretensões literárias. Aliás, acabou de confessar que continua a tê-las.
-Ih, é mesmo. Droga.

É só escrever, pra ver se dá certo. Se depois disso melhora. Isso deve estar estragando um conjunto tãao bonito de textos, mas fazer o que. Instrumentalizei, acabou. É bom sentir os dedos deslizando sobre o teclado, porque é assim que as coisas de trabalho, de tudo o que é sério, de compromisso, de construir sua carreira são feitas.

Serfeita.

-Pra quando é teu livro, Luciana?
-Shhh. Não fala tão alto.
-Você não se importa mais.
-Algum dia eu me importei?
-Todos os dias.
-Isso é que o diabo.

Então, no fundo, é só isso. Um exercício de digitação e nada mais. Como abrir um novo documento no Word e ir fazendo qualquer coisa. Qualquer. Só que agora pra um público inexistente cujos olhos bem longe de mim são o que motiva uma coisa mais que qualquer. Coisa qualquer mais que qualquer pra um público que não vê. É só isso. Adeus e até a próxima.

domingo, 1 de agosto de 2010

[]

Oh, não! Vocês não viram isso, mas quase que pareço suicida. Quanto medo de tocar nisso que vou carregando. E, no entanto, preciso. No entanto, quero. É só pela vida - essa matreirazinha insuportável - que escrevo notas de suicídio. Que prova de amor, porque me desdobro (não é força de expressão, minha gente) para tê-la.

ii

Não consigo escrever. Não sei escrever. Não posso escrever. Não quero escrever. Não consigo escrever.

Gritem, gritem, gritem!

Sou egocêntrica, mas o que lhes mostro é puro sangue. Fartem-se!

E depois contem minha história. Que eu não consigo mais. Que eu não sei mais. Que eu não posso mais. Que eu não quero mais.