quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ao passado o que vai andando
por nunca ter se feito morto como é
Ao meio-dia das horas sem sono
o que ele soube jamais ter e buscou
Ao cachorro o que sobrou
daquele resto de afago pouco e morno
Às metáforas dos poetas sem dentes
as figuras tolas que os escolhidos
tornam geniais
Aos meus pais todos grandes e terríveis
a carga
de todas as impossibilidades
construídas
À minha casa com todas as crianças
que nela nunca habitaram
o amor
sugado pela línguas quentes
da imobilidade

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Há quanto tempo
Saudades de você
Não nos falamos mais
Pois é

Há quanto tempo
Nem me fala
Como você está?
Dor de estômago
Não nos falamos mais
Pois é

Há quanto tempo
É verdade
Mas como anda a vida?
Ah, esse enjoo não passa
E você nem passou prum oi
Não é?

Há quanto tempo
Ah, não começa
Poxa, senti sua falta
É mesmo?
Como essa flor no cabelo
Que você leva rodopiando
Nada, nada