sexta-feira, 14 de outubro de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
quarta-feira, 13 de julho de 2011
concentrar-se. ser uma dessas pessoas que trabalham e se esforçam. barulho de teclas batendo sem parar. é isso que importa, pelo menos agora, é só isso. e não ligo de não saber escrever, de não ter estilo e tudo o mais. é preciso fazer alguma coisa pra sair dessa situação. como parir a criança que deixa sua barriga inchada por tempo demais. é preciso sair daqui. então. então é isso.
domingo, 19 de junho de 2011
o que falta pra eu sair daqui? se sempre retorno, é porque nunca saí. fico sendo, sendo, tão devagar. até que o trágico vem e toma tudo de novo. de novo. de novo, é, preciso, eu sei, continuar. porque não voltei ao início, só ao mesmo lugar: vasto, cheio de vazios, em que todos os pontos se diferem, porque sempre se alteram - sou eu a os alterar. não é um regresso, é um retorno, esse eterno, que vem, me pega, me exige um grito. mas não vou deixar, dessa vez não, que eu exijo meu lugar habitado, meu lugar cheio de matéria - quente, pulsante, aflitiva, controversa -, mas cheio de um jeito pra nunca mais esvaziar. vai lá, digo: sou eu, eu mesma, que preciso me contornar pra nunca mais, nunca mais ter de estar onde estou - estou só agora, que é pra logo sair. sem voltar.
sábado, 11 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Ao passado o que vai andando
por nunca ter se feito morto como é
Ao meio-dia das horas sem sono
o que ele soube jamais ter e buscou
Ao cachorro o que sobrou
daquele resto de afago pouco e morno
Às metáforas dos poetas sem dentes
as figuras tolas que os escolhidos
tornam geniais
Aos meus pais todos grandes e terríveis
a carga
de todas as impossibilidades
construídas
À minha casa com todas as crianças
que nela nunca habitaram
o amor
sugado pela línguas quentes
da imobilidade
por nunca ter se feito morto como é
Ao meio-dia das horas sem sono
o que ele soube jamais ter e buscou
Ao cachorro o que sobrou
daquele resto de afago pouco e morno
Às metáforas dos poetas sem dentes
as figuras tolas que os escolhidos
tornam geniais
Aos meus pais todos grandes e terríveis
a carga
de todas as impossibilidades
construídas
À minha casa com todas as crianças
que nela nunca habitaram
o amor
sugado pela línguas quentes
da imobilidade
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Há quanto tempo
Saudades de você
Não nos falamos mais
Pois é
Há quanto tempo
Nem me fala
Como você está?
Dor de estômago
Não nos falamos mais
Pois é
Há quanto tempo
É verdade
Mas como anda a vida?
Ah, esse enjoo não passa
E você nem passou prum oi
Não é?
Há quanto tempo
Ah, não começa
Poxa, senti sua falta
É mesmo?
Como essa flor no cabelo
Que você leva rodopiando
Nada, nada
Saudades de você
Não nos falamos mais
Pois é
Há quanto tempo
Nem me fala
Como você está?
Dor de estômago
Não nos falamos mais
Pois é
Há quanto tempo
É verdade
Mas como anda a vida?
Ah, esse enjoo não passa
E você nem passou prum oi
Não é?
Há quanto tempo
Ah, não começa
Poxa, senti sua falta
É mesmo?
Como essa flor no cabelo
Que você leva rodopiando
Nada, nada
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
As atividades de parto às quais a srta. C está sendo submetida no momento estão sendo realmente dolorosas e demoradas. A srta. C, no entanto, mesmo com dor nas costas, além da dor de parto, diz se manter otimista e confiante da saúde do bebê. Ela promete inaugurar um blog onde irá expor todos os desenvolvimentos do rebento e da dieta pós-parto que pretende adotar a tempo de curtir o carnaval em plena forma. Infelizmente, caso o parto se prolongue por mais alguns dias, não nos será possível, por razões logísticas, acompanhar todo o processo, mas daremos a notícia do nascimento.
Vale lembrar que exames de ultrassom indicavam que o bebê deve vir ao mundo bem abaixo do peso, e possivelmente deverá permanecer por um período na incubadora. Médicos informam que a dieta rigorosa auto-imposta pela srta. C durante a gravidez pode ter contribuído para esse resultado. Informantes que não quiseram ser identificados acusam a srta. C de rejeitar o bebê e nunca ter desejado a gravidez. Quando confrontada com a acusação, ela alega que, apesar de inicialmente ter de fato rejeitado o bebê e, depois, uma vez conformada com a existência deste, ter rejeitado o processo de gravidez (tendo cogitado o aluguel de um útero externo e a contratação de amas de leite), a chegada ao quinto mês, quando começou a sentir os chutes da criança, comoveu-a a ponto de demovê-la das ideias anteriores. A partir deste momento, afirma, não houve nada mais importante para ela do que uma gestação saudável. Segundo ela, quanto mais o bebê chutava, mais ela se sentia recompensada e certa de que havia feito uma boa escolha ao decidir mantê-lo.
Vale lembrar que exames de ultrassom indicavam que o bebê deve vir ao mundo bem abaixo do peso, e possivelmente deverá permanecer por um período na incubadora. Médicos informam que a dieta rigorosa auto-imposta pela srta. C durante a gravidez pode ter contribuído para esse resultado. Informantes que não quiseram ser identificados acusam a srta. C de rejeitar o bebê e nunca ter desejado a gravidez. Quando confrontada com a acusação, ela alega que, apesar de inicialmente ter de fato rejeitado o bebê e, depois, uma vez conformada com a existência deste, ter rejeitado o processo de gravidez (tendo cogitado o aluguel de um útero externo e a contratação de amas de leite), a chegada ao quinto mês, quando começou a sentir os chutes da criança, comoveu-a a ponto de demovê-la das ideias anteriores. A partir deste momento, afirma, não houve nada mais importante para ela do que uma gestação saudável. Segundo ela, quanto mais o bebê chutava, mais ela se sentia recompensada e certa de que havia feito uma boa escolha ao decidir mantê-lo.
domingo, 2 de janeiro de 2011
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