segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

s/n

Quem está sendo eu não é o que sou. Já há mais de 2 anos. Permaneceu, permanecerá? Não, não é o que sou.

-15

DENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVODENOVO
pra onde eu tinha ido? acho que voltei de novo mais uma vez novamente
grite GRITE e mais uma olhada no facebook e nas notícias do dia
mais uma vez VOLTEI neste lugar imóvel de novo

-Mas vamos retornar juntos de novo.
-De novo?
-De novo. Respire, respire.
-De novo?
-De novo. Respire.

domingo, 26 de dezembro de 2010

119

Bochechas todas mordidas
Feridas doem e lembram
O que se tenta evitar
Persistindo

Conseguirei?

Estou toda prosaica
Bom me sentir assim

Conseguirei?

***

Estou indo
Matutando
Algo bonito de se escrever
Que não seja
Essas peças de superação
Que já estou cansada desse jogo morto

É preciso deixar de lado o escuro
O fundo do escuro
E que mais
Existe
Por cima do escuro

Então com uma alegria imensa
Com uma tal de Aleluia
Vai dar pra ver e luminar
Tudo
Sagradamente, reverencialmente, com toda a fé deste mundo
Luminar tudo

Só por ter deixado de lado
Só por ter esquecido?
Não, ainda não está pronto
Não, ainda não estamos lá

Não é o que me dizes?

Sim, sim,
Vamos persistir
Matutando sobre
Essas feridas que doem

Conseguirei?

Vejamos o caminho
É preciso atenção a isto

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

[]

Apenas uma nota mental. Pra eu não ter rancor na velhice. Lá, imagino, aquele sentimento de exploda-se o mundo, veja meu estado! deve se acentuar. A evitar, persistindo.
-Inteligível?
-Certamente, eu saberei do que estou falando.

sábado, 18 de dezembro de 2010

67

Há um nível de insatisfação com a própria vida a tornar tudo insuportável, mesmo quando se sabe, mesmo quando se consegue pensar a maravilha que é ter vida ela mesma. O abstrato da vida, é isso que é lindo? Mas se tudo aqui no chão é tão ruim... Eu não quero destruir aquele calor que eu tinha conseguido, mas é tão difícil aqui embaixo.
-Este post não será publicado.
-Mas não, isso seria o terrível.
Persistir, persistir até que de sombra se faça algo que acolha e que seja a certeza do tempo duvidoso que é este. Estou quase lá e agradeço meu valioso canal, mais uma vez, me ajudando a elaborar essa paciente autofagia. É assim minha concretude, é assim de tal jeito que ela sobe só pra descer novamente, só pra cair no chão sabendo que há altura, que há espaço pra cima, pra dentro, pra cima. Pra cima.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

54

Agora parece que acabou, porque não sai mais nem por escrita. Acabou o que existia de canal, então agora é só consunção aqui dentro. Acabarei eu também, por não ter mais canal? Tento revivê-lo, e será que ele se prestará ao que nunca se prestou? Depois de expulsar tudo isso, caro canal, seria a glória da concentração, do afinco, do foco. Mas seria, claro, porque não foi, não é. Expulsão de tudo isso, antes da autofagia completa proporcionada por isso, é apenas a morte. Porque é preciso comer todo o prato para se ter a sobremesa.
Caminhar de volta à vida é difícil, dolorido, duvidoso. Mas é só por ela que resisto, é por pensar esse paradoxo maravilhoso e terrível que é sofrer.

sábado, 23 de outubro de 2010

[]

Como escrever sobre isso? Geralmente, essa escrita é toda sobre uma imagem difusa, nuvem de coisas guardadas. Mas agora, eu queria escrever uma carta, para alguém, pessoa concreta, que existe, respira. Não conseguir fazer isso tem a ver com a incapacidade de fabular, não tem? Devo ser isso, incapacidade de elaborar o concreto. Afinal, é mais fácil "el...
Desculpem, é que olhei pro lado e o sol está se pondo e ele se põe bonito na minha janela. Apesar da tela. E é bom ver isso caindo sobre a cidade, é bom sentir o rosto iluminado sem arder. Tão iluminado, cegando. Mas é tão rápido que vai embora atrás de nuvem. De nuvem, exatamente.
Eu queria que você estivesse aqui, não pelo sol, mas pelo meu rosto iluminado. Eu só queria que você estivesse aqui, então poderíamos conversar e dizer tchau, depois de todo esse tempo dizer tchau finalmente e limpar essa poeira aqui dentro. Não é isso, não é exatamente isso? Queria que você lesse e respondesse e dissesse que sim. E me abraçasse e se pusesse, finalmente, queria que você se pusesse. No meu rosto enquanto ele escurece de adeus.

Summer in the city means cleavage, cleavage, cleavage.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

v

-Uma dose de melancolia, por favor.
-Saindo.
-Pra continuar a vida.


And don't get me wrong dear
in general
I'm doing quite fine.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

iv

O absurdo de estar tão concentrada em mim agora faz com que escreva de dia. De dia. Na sala de informática. Qualquer coisa pra prender nessas caixinhas todo esse sentimento de fundo.

-Desculpem, não tenho tempo.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

iii

Estou instrumentalizando essa escrita para ver se depois dela faço alguma coisa. Agora quero que se foda qualquer pretensão literária.

-Você acabou de confessar que antes tinha pretensões literárias. Aliás, acabou de confessar que continua a tê-las.
-Ih, é mesmo. Droga.

É só escrever, pra ver se dá certo. Se depois disso melhora. Isso deve estar estragando um conjunto tãao bonito de textos, mas fazer o que. Instrumentalizei, acabou. É bom sentir os dedos deslizando sobre o teclado, porque é assim que as coisas de trabalho, de tudo o que é sério, de compromisso, de construir sua carreira são feitas.

Serfeita.

-Pra quando é teu livro, Luciana?
-Shhh. Não fala tão alto.
-Você não se importa mais.
-Algum dia eu me importei?
-Todos os dias.
-Isso é que o diabo.

Então, no fundo, é só isso. Um exercício de digitação e nada mais. Como abrir um novo documento no Word e ir fazendo qualquer coisa. Qualquer. Só que agora pra um público inexistente cujos olhos bem longe de mim são o que motiva uma coisa mais que qualquer. Coisa qualquer mais que qualquer pra um público que não vê. É só isso. Adeus e até a próxima.

domingo, 1 de agosto de 2010

[]

Oh, não! Vocês não viram isso, mas quase que pareço suicida. Quanto medo de tocar nisso que vou carregando. E, no entanto, preciso. No entanto, quero. É só pela vida - essa matreirazinha insuportável - que escrevo notas de suicídio. Que prova de amor, porque me desdobro (não é força de expressão, minha gente) para tê-la.

ii

Não consigo escrever. Não sei escrever. Não posso escrever. Não quero escrever. Não consigo escrever.

Gritem, gritem, gritem!

Sou egocêntrica, mas o que lhes mostro é puro sangue. Fartem-se!

E depois contem minha história. Que eu não consigo mais. Que eu não sei mais. Que eu não posso mais. Que eu não quero mais.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

i

Aqui estou eu de novo, nesse lugar imóvel. No meio de tanta imagem (aliás, agora escrita tem que ser imagem também? Mas que merda), fica difícil me achar alguma coisa. Fica difícil.

Pensando bem, nada de fechar parêntese. Vou fazer um manifesto. Quero escrita que embaralhe e não seja nem um borrão. Que seja sensação, como sonhos!, e abaixo o cinema e a fotografia. Projeto gráfico de livro é o caralho: essa era do design ou que seja já me cansou. Chega, chega, chega de tanta imagem. Menos exposição, por favor!

É que estou deprimida e ansiosa e toda essa evidência me angustia.

sábado, 9 de janeiro de 2010

III

"Antes de escrever, já fabulava".
Fabular?
Isso eu não sei.