segunda-feira, 22 de junho de 2009

n. 7

Os olhos ardem no final do dia. Dizem que lentes de contato acumulam proteína. Eu, que pouco penso nas razões científicas como boas explicações, sinto o ardor como presságio ou manifestação. Do que é ruim, com certeza, dirão. Sim, sim, talvez seja. Mas não sei nem se isso mesmo, o ruim, o bom, é possível desvendar. É uma inebriação neste misticismo tolo - isso eu sei - que me faz pensar nos olhos ardendo enquanto queria mesmo era pensar nesse amor, tanto, tanto, que vai se escorrendo. Afinal, é assim que se representa a verdade.
Vai se escorrendo para fora, como resultado de um nariz gripado? Não creio. Sinto-o escorrendo dentro de mim, pois se antes o tinha na cabeça e depois no coração, agora parece que me pesa no estômago. E, no entanto, continua aqui! Qualquer esperto pode reparar nisso. Não me arde, mas pesa, como banquete que não consigo filtrar e absorver.

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